O Ceará está prestes a se firmar como um dos maiores hubs de hidrogênio verde do mundo. A TotalEnergies, gigante francesa do setor de energia, manifestou interesse em abastecer suas refinarias na Europa com o combustível renovável produzido no Estado. A empresa estuda a possibilidade de fechar um contrato de compra de hidrogênio verde e considera investir em um projeto de US$ 5 bilhões no Porto do Pecém.
Liderado pela Casa dos Ventos, o empreendimento prevê a instalação de usinas de energia eólica e solar para alimentar eletrolisadores com capacidade de 1,2 gigawatts, o que permitiria a produção anual de 160 mil toneladas de hidrogênio verde. Além disso, a iniciativa contempla a fabricação de 900 mil toneladas de amônia verde por ano, facilitando o transporte do combustível para o mercado europeu.
O interesse da TotalEnergies reflete a consolidação do Porto do Pecém como referência nacional em hidrogênio verde, atraindo grandes players globais interessados em energia limpa. A infraestrutura portuária de excelência, os incentivos fiscais oferecidos pelo Estado e o grande potencial para geração de energia solar e eólica a baixo custo fazem do Ceará um destino preferencial para investidores internacionais.
A TotalEnergies tem como meta substituir 500 mil toneladas de hidrogênio “cinza”, derivado de combustíveis fósseis, por hidrogênio verde até 2030. A mudança se alinha às novas regras ambientais da União Europeia, que exigem maior sustentabilidade no setor energético, pressionando distribuidoras a adotarem práticas mais limpas.
Caso o projeto seja efetivado, o impacto no Ceará será significativo. Além de fortalecer a economia local com um investimento bilionário, o empreendimento promete gerar empregos e promover a transferência de tecnologia, ampliando a integração do Estado com o mercado europeu e colocando o Ceará como protagonista na transição energética global.
A decisão final sobre o investimento está prevista para 2026, e a operação deve começar em 2029. Se concretizado, o projeto colocará o Estado no centro da produção de hidrogênio verde, contribuindo para a descarbonização da economia global.

