Fortaleza, CE — A Federação das Indústrias do Estado do Ceará (FIEC) teve atuação de destaque durante o evento “Fortaleza Rumo à COP-30”, promovido pela Prefeitura de Fortaleza no Centro de Eventos do Ceará. Representantes da instituição participaram do painel “Transição Energética Justa”, debatendo caminhos para uma transformação energética que seja inclusiva socialmente, viável economicamente e ambientalmente responsável.
Entre os participantes estavam o gerente de Desenvolvimento Sustentável da FIEC, Joaquin Rolim, e o consultor de Energia, Jurandir Picanço. Rolim enfatizou o diferencial do Brasil em comparação internacional, destacando que, enquanto cerca de 75% das emissões globais provêm do setor energético, no Brasil esse índice é de aproximadamente 20%.
Outros dados apresentados chamaram atenção: cerca de 50% da energia primária consumida no Brasil é proveniente de fontes renováveis (ante 14,7% como média global), e a energia elétrica do país é 89% renovável, contra 31% mundial. No Nordeste, o percentual de geração elétrica limpa chega a 97%, com o Ceará alcançando cerca de 80%.
O evento também destacou a iniciativa do Selo ESG-FIEC, programa pioneiro no país entre federações industriais. Até o momento, o selo já certificou 30 empresas cearenses, sendo 10 com classificação máxima AAA.
Outro ponto relevante levantado por Jurandir Picanço foi o desafio do armazenamento de energia, especialmente com o crescimento de fontes intermitentes como solar e eólica. A limitação de capacidade para armazenar energia compromete a substituição de usinas térmicas e a maximização do uso de renováveis.
Além dos debates, a FIEC marcou presença com estande no evento, mostrando suas ações ligadas ao ESG (Ambiental, Social e Governança), e buscando fomentar financiamento climático e projetos que alinhem setor produtivo à agenda verde da COP-30.
No âmbito municipal, Fortaleza também anunciou ações concretas de adaptação climática: a formalização de parceria com a Rede Global C40, inclusão no grupo internacional de cidades comprometidas com clima, e a criação de cinco novos parques urbanos para preservação ambiental, lazer e mitigação das ilhas de calor.